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    Arquivo - Terça-feira, 03 de maio de 2005
A lista de Fatos reúne acontecimentos relevantes e é um ponto de partida para a Oficina de Informações. O bom jornalismo, que não dispensa um ponto de vista, deve, no entanto, partir dos fatos, tais como eles são, independentemente de nossos desejos e intenções.

MUNDO
BRASIL

MUNDO - POLÍTICA
O início da reunião das Nações Unidas para revisão do Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares

Diante de representantes de 180 países, o secretário-geral Kofi Annan pediu que países como os EUA e a Rússia reduzam os seus arsenais nucleares, para apenas centenas de ogivas. E que países como o Irã desistam de desenvolver armas atômicas, em troca de concessões no que se refere ao fornecimento de combustíveis nucleares. Disse Annan: "Em última instância a única maneira de garantir que as armas nucleares nunca sejam usadas é livrar nosso mundo desses armamentos".

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, declarou no encontro que é preciso melhorar os mecanismos de inspeção e que "devemos ser claros: não há incompatibilidade entre o endurecimento dos controles sobre o ciclo do combustível nuclear e a expansão do uso da tecnologia nuclear pacífica".
A eleição do ministro do Interior e ex-chanceler do Chile, José Miguel Insulza, para secretário-geral da Organização dos Estados Americanos

Candidato único, a vitória de Insulza, festejada pelo presidente Hugo Chávez, da Venezuela, é considerada uma derrota dos EUA, que preferiam o chanceler mexicano Luiz Ernesto Derbez, cuja candidatura foi retirada no sábado. Insulza, apoiado pelo Brasil, teve 31 dos 34 votos, com a abstenção da Bolívia e Peru (por causa das divergências de fronteira com o Chile) e do México (que não quis desprestigiar seu candidato).
A divulgação de resultados de pesquisa de opinião pública na Venezuela, que revelaram apoio de 70,5% da população ao governo do presidente Hugo Chávez

O instituto venezuelano Datanálisis divulgou em Caracas pesquisa realizada em fevereiro e março, entre 1.300 pessoas, com margem de erro de 2,71% para cima ou para baixo, segundo a qual o apoio a Chávez cresceu 11,3 pontos percentuais em relação a agosto de 2004, quando ele ganhou o plebiscito sobre a revogação de seu mandato. Agora, 27% dos entrevistados desaprovam o governo. Mas são contra o uso do sistema cubano, de que Chávez é aliado, 77,2% dos entrevistados, contra 92,5% em novembro de 2002. Acham que o problema principal do país é o desemprego 28,3%, enquanto 22,3% denunciam a insegurança pessoal, 10% apontam o alto custo de vida e 4,6%, a corrupção.

MUNDO - ECONOMIA
O comunicado da Comissão Nacional para Desenvolvimento e Reforma da China de que o país diminui os incentivos fiscais para alguns produtos fabricados com aço e carvão

O incentivo fiscal para alguns produtos fabricados com aço (a Comissão não citou quais) será reduzido para 11%. Já as restituições sobre as exportações de carvão, tungstênio, zinco, estanho e antimônio diminuirão 8%. A intenção, segundo o comunicado, é restringir a exportação de “recursos consumidores de energia” e de reduzir a escassez de carvão, energia elétrica, combustíveis e meios de transporte.

Segundo a Folha de S. Paulo, a agência reguladora do mercado de ações da China divulgou novas regras pelas quais dois terços dos acionistas da empresa e a agência reguladora teriam que aprovar a venda das ações. Além disso, os compradores não poderão vender suas ações até um ano depois da compra.
A divulgação pela empresa de telefonia americana Qwest de comunicado anunciando sua retirada da disputa pela compra da MCI, que deverá ser controlada pela Verizon

As empresas estavam na disputa há 3 meses. A última oferta da Verizon, maior companhia telefônica dos EUA, foi de US$ 8,44 bilhões (US$ 26 por ação). Já a Qwest tinha feito proposta de US$ 9,75 bilhões (US$ 30 por ação). "Já não atende aos interesses de nossos acionistas, clientes e funcionários continuar em um processo que parece estar permanentemente predisposto contra nós", diz o comunicado, no qual a empresa criticou a concorrente, afirmando que a MCI estava "mais interessada em se curvar à vontade da Verizon do que em servir a seus acionistas". A diretoria da MCI afirmou que levou em conta os riscos e a força das duas empresas. A transação ainda depende da aprovação dos acionistas da companhia.


BRASIL - POLÍTICA
A participação do presidente da República nas cerimônias de comemoração realizadas pela montadora Volkswagen e pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo

A empresa alemã comemorou a produção de 15 milhões de veículos em 52 anos de operação no país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desfilou em carro aberto nas instalações da companhia, ao lado do governador paulista, Geraldo Alckmin, e do presidente da empresa, Hans-Christian Maergner. Maergner elogiou o governador e cobrou do presidente medidas para liberar de recursos acumulados de ICMS relativo às exportações.

Lula disse que "durante 20 anos se disse neste país que não se precisava de política industrial, que era uma coisa a ser definida pelo mercado, pela concorrência". "Estamos construindo um a solidez de política econômica e de comércio exterior. Em 10 anos, a média de geração de emprego na indústria era de 8 mil por mês. Nestes últimos 24 meses, estamos criando 91 mil empregos a cada mês, 2,4 milhões empregos com carteira assinada".

Em relação às críticas manifestadas em cartazes, portados por operários, contra a proposta de reforma sindical, o presidente disse: ""Espero que o movimento sindical me lembre e me convoque para discutir as coisas que têm de ser feitas, não é possível que alguém defenda a estrutura de hoje, porque ela é cópia fiel do modelo de Mussolini".

Na comemoração do 5º aniversário do jornal Valor Econômico, em cerimônia realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o presidente disse que seu governo vai "jogar pesado" contra a o déficit da Previdência. Disse que pretende fazer com que a Previdência "passe a ser, definitivamente, se não superavitária, também não um bolsão de prejuízo ao orçamento da União como tem sido nos últimos anos".
A entrevista do ministro de Relações Exteriores da Argentina durante a qual declarou que há um "déficit institucional" no Mercosul e que o Brasil não está empenhado e solucioná-lo

O ministro Rafael Bielsa concedeu entrevista a uma emissora de rádio argentina em Washington. Ele disse que os problemas do Mercosul devem ser resolvidos antes de tentar reforçar a Comunidade Sul-americana de Nações, bloco fundado no ano passado e usado pelo Brasil como mecanismo de mediação durante a crise política no Equador. Segundo ele, na visão da Argentina "a tarefa prioritária" do Mercosul deve ser "resolver as assimetrias econômicas" entre os dois países – ele lembrou que até hoje o Brasil não respondeu à proposta feita em setembro do ano passado pela Argentina para tratar da questão. "Até o dia de hoje este documento não recebeu uma resposta satisfatória. Nós vamos continuar insistindo, apesar de o que estamos pedindo não ser nada mais que o cumprimento de uma norma".

O jornal argentino Clarín publicou artigo, baseado em fonte do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, segundo o qual o presidente Néstor Kirchner "está cansado das travas econômicas brasileiras, da falta de apoio à Argentina do governo brasileiro no FMI e também do protagonismo que o presidente Lula quer ter na região". Essa avaliação teria sido feita após reunião convocada por Bielsa em Washington com seus principais embaixadores para discutir a relação com o Brasil.

Em Paris, segundo o jornal Valor Econômico, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que não tinha lido o artigo do Clarín e ao saber que declarações atribuídas ao presidente não estavam citadas em aspas, comentou: "Então vamos deixar pra lá, é especulação". A única noticia que ele disse ter lido sobre a Argentina foi a confirmação da ida de Kirschner para a cúpula com os países árabes, em Brasília, o que considera muito bom. "As relações com a Argentina são muito boas. Podemos ter abordagem diferentes em determinados temas, mas nas negociações comerciais temos posições muito semelhantes".

BRASIL - ECONOMIA
A divulgação pelo Ministério da Fazenda de estudo sobre o chamado Orçamento Social, que sistematiza os gastos na área social

De acordo com o levantamento, o Estado gasta na área social quase um quarto do PIB. Só na esfera federal, o chamado Orçamento Social chegou no ano passado a R$ 280,7 bilhões, dos quais 60% foram consumidos com pagamentos de aposentadorias e pensões, tanto no setor público quanto privado. O trabalho compara os números nacionais com os coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e diz que o gasto social no Brasil já é maior do que em importantes países desenvolvidos, como EUA, Japão, Austrália e Canadá. Segundo O Estado de S. Paulo, na comparação com os países europeus, tem uma despesa previdenciária que, proporcionalmente ao gasto social total, só perde para a Itália (44% frente a 48%), embora sua população idosa seja bem inferior.

O estudo do Ministério, preparado pela equipe do secretário de Política Econômica demissionário, Marcos Lisboa, diz que o impacto desses gastos sobre a desigualdade de renda ainda deixa muito a desejar, mesmo depois da instituição do Bolsa Família, que beneficia famílias com renda per capita inferior a R$ 100. Pelas estimativas dos técnicos da Fazenda, as transferências de renda promovidas pelas autoridades brasileiras (incluindo aí as aposentadorias, seguro-desemprego, benefícios assistenciais e o Bolsa Família) só estão reduzindo o índice de desigualdade em 11%, enquanto na Europa chegam a 37%.
A divulgação pelo Ministério do Desenvolvimento dos resultados da balança comercial em abril, que registraram saldo de US$ 3,876 bilhões, novo recorde mensal

As exportações alcançaram US$ 9,202 bilhões e as importações, US$ 5,326 bilhões.

BRASIL - SITUAÇÃO SOCIAL
O início, em Goiânia, da Marcha Pela Reforma Agrária organizada pelo MST, que deve chegar a Brasília no próximo dia 17

A caminhada, de 200km, deve ter a participação de cerca de 12 mil pessoas. “Queremos levar ao governo federal nosso pedido para acelerar a reforma agrária”, disse José Valdir Miesnerovicz, um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra de Goiânia. Segundo ele, “o presidente Lula não cumpre o compromisso que fez com o MST de assentar cerca de 115 mil famílias a cada ano”. Ele disse ainda que “a reforma agrária só vai acontecer se houver mudança na política econômica do país”.

     Leia também:
      Os textos e as listas de fatos dos dias anteriores na edição d'A Semana

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