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Fatos - Terça-feira, 03 de maio de 2005
A lista de Fatos reúne acontecimentos relevantes e é um ponto de partida para a Oficina de Informações. O bom jornalismo, que não dispensa um ponto de vista, deve, no entanto, partir dos fatos, tais como eles são, independentemente de nossos desejos e intenções.

A entrevista do ministro de Relações Exteriores da Argentina durante a qual declarou que há um "déficit institucional" no Mercosul e que o Brasil não está empenhado e solucioná-lo
O ministro Rafael Bielsa concedeu entrevista a uma emissora de rádio argentina em Washington. Ele disse que os problemas do Mercosul devem ser resolvidos antes de tentar reforçar a Comunidade Sul-americana de Nações, bloco fundado no ano passado e usado pelo Brasil como mecanismo de mediação durante a crise política no Equador. Segundo ele, na visão da Argentina "a tarefa prioritária" do Mercosul deve ser "resolver as assimetrias econômicas" entre os dois países – ele lembrou que até hoje o Brasil não respondeu à proposta feita em setembro do ano passado pela Argentina para tratar da questão. "Até o dia de hoje este documento não recebeu uma resposta satisfatória. Nós vamos continuar insistindo, apesar de o que estamos pedindo não ser nada mais que o cumprimento de uma norma".

O jornal argentino Clarín publicou artigo, baseado em fonte do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, segundo o qual o presidente Néstor Kirchner "está cansado das travas econômicas brasileiras, da falta de apoio à Argentina do governo brasileiro no FMI e também do protagonismo que o presidente Lula quer ter na região". Essa avaliação teria sido feita após reunião convocada por Bielsa em Washington com seus principais embaixadores para discutir a relação com o Brasil.

Em Paris, segundo o jornal Valor Econômico, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que não tinha lido o artigo do Clarín e ao saber que declarações atribuídas ao presidente não estavam citadas em aspas, comentou: "Então vamos deixar pra lá, é especulação". A única noticia que ele disse ter lido sobre a Argentina foi a confirmação da ida de Kirschner para a cúpula com os países árabes, em Brasília, o que considera muito bom. "As relações com a Argentina são muito boas. Podemos ter abordagem diferentes em determinados temas, mas nas negociações comerciais temos posições muito semelhantes".

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