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    Arquivo - Sexta-feira, 11 de março de 2005
A divulgação de documento secreto sobre a política militar dos EUA

RUMSFELD PLANEJA FORÇA PARA ATUAR GLOBALMENTE
Segundo resumo de um documento secreto obtido e publicado nesta sexta-feira pelo The Wall Street Journal, cuja reportagem ouviu vários de seus autores, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, tem um plano para uma grande revisão dos gastos e das estratégias militares, o que só pode ser feito, pelas leis americanas, de quatro em quatro anos. A doutrina atual data de antes dos atentados em Nova Iorque e Washington em setembro de 2001 e seria incapaz de lidar com a situação que desde então surgiu.

O objetivo é ambicioso: tornar as Forças Armadas dos EUA mais capazes de detectar previamente perigos potenciais em qualquer lugar do mundo para os Estados Unidos e de agir imediatamente e com eficácia para eliminar esses perigos, antes que se tornem ameaças de maior porte, num aperfeiçoamento da doutrina de “guerra preventiva”.

Diz o jornal que o plano deve desencadear grandes mudanças nos sistemas de armamentos do Departamento de Defesa, e mudanças ainda maiores no treinamento e deslocamento das tropas americanas pelo mundo inteiro. No documento, Rumsfeld recomenda que as Forças Armadas se concentrem em quatro “problemas cruciais” que não envolvem os confrontos militares tradicionais.

São os seguintes esses problemas: construir parcerias com Estados debilitados para derrotar ameaças terroristas internas; organizar ofensivas contra grupos terroristas que estejam planejando, em qualquer lugar do mundo, ataques contra alvos em território americano; influenciar as escolhas de países em situações altamente estratégicas, como a Rússia e os Estados Unidos, e impedir a obtenção de armamentos de destruição em massa por Estados hostis e por grupos terroristas.

Um alto oficial que participou na redação do documento disse: “A questão que estamos levantando é: como impedir que os problemas se tornem crises e que as crises se tornem conflitos abertos?”. Segundo a reportagem, a crença básica por trás do documento é de que os Estados Unidos estão engajados num combate global contínuo que envolve muito mais do que campos de batalha específicos, como o Iraque e o Afeganistão.

Não se trataria assim, de as Forças Armadas americanas estarem preparadas para reagir a um conflito, como um ataque norte-coreano contra a Coréia do Sul. Trata-se de os militares dos EUA estarem preparados para mudar o mundo e para assumir maior relevância em países com os quais os EUA não estão em guerra.

O secretário Rumsfeld está empenhado nessa grande mudança da visão estratégica dos EUA desde que o governo Bush tomou posse, mas teve de diminuir o ritmo da mudança para enfrentar as guerras no Afeganistão e no Iraque. Agora, ele quer redefinições como, ao invés de tentar eliminar guerrilhas com o emprego de grandes forças convencionais, os militares americanos deveriam organizar pequenos grupos de soldados altamente competentes para treinar e monitorar forças locais.

Essas forças agiriam muito antes de a guerrilha se tornar um problema realmente grave, antes de que ela se enraíze e crie apoio popular, de modo que o plano exige um monitoramento político e de inteligência das condições estritamente locais em qualquer local do mundo.


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