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Arquivo - Sexta-feira, 07 de outubro de 2005 |
A candidatura do PMDB à presidência da República
PELA ESQUERDA OU PELA DIREITA? |
O fracasso da candidatura do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, à presidência da Câmara dos Deputados, é mais um indício de que o governo Lula prefere manter suas antigas alianças com o PP, PL e PTB, ao invés de tentar um acordo mais amplo com o PMDB. A despeito de Temer responsabilizar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo seu fracasso, tudo indica que quem vetou a candidatura Temer foi o mais alto escalão do governo. Calheiros levou a proposta da candidatura Temer a uma reunião com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pouco depois de manifestar pessoalmente seu apoio ao presidente do PMDB.
Segundo a edição do último dia 29 de O Globo, Lula teria mostrado que não gostaria de ter Temer como presidente da Casa; e Palocci teria ido mais longe, teria vetado a candidatura do peemedebista. O veto a Temer acabou dando força à corrente do PMDB que busca lançar seu próprio candidato para a disputa da presidência da República. O partido já realizou três encontros para discutir o plano econômico a ser apresentado pelo futuro candidato. O último, ocorrido no último dia 2, em Palhoça (SC), cerca de 25 km de Florianópolis, teve a participação de 5 mil militantes, dos três governadores do partido no sul Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique da Silveira (SC) e Roberto Requião (PR) além de Temer e do secretário de governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. No encontro ocorreu ainda uma palestra do ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, que coordenou a elaboração do programa econômico a pedido do governador Requião.
O ato teve uma moção contra Calheiros e de apoio a Temer que insinuou que o senador alagoano não quer uma candidatura do partido e declarou que "quem não quer candidatura própria, que saia do PMDB". O partido se fortaleceu nos últimos tempos. Tornou-se, juntamente com o PT, a maior bancada de deputados federais, com 84 parlamentares, segundo dados da assessoria de imprensa da Câmara. E passou a ter nove governadores; em 2002 elegeu apenas cinco, quatro entraram agora. Resta saber quem será o escolhido para disputar a presidência da República pelo partido nas eleições de 2006 e qual será sua orientação política. Uma opção à direita poderia ser o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que, segundo o Valor Econômico, teria sido sondado por Requião e pelo ex-governador paulista Orestes Quércia para disputar as prévias. Requião, por sua vez, pode ser incluído na lista dos possíveis candidatos, pois partiu dele pedir a Lessa, um nacionalista declarado, que elaborasse o plano econômico a ser adotado pelo partido Requião representaria a opção à esquerda.
Até o momento, porém, o único a dizer que irá se inscrever nas prévias do partido a serem realizadas no dia 5 de março para a escolha do candidato foi Anthony Garotinho (as inscrições podem ser feitas até dia 15 de fevereiro). A confusão no PMDB ainda é grande. Em São Paulo, por exemplo, na semana que passou, numa plenária do PMDB para discutir o programa de governo do futuro candidato do partido, compareceu o ex-mago das finanças da ditadura militar e novo peemedebista, o deputado federal Delfim Netto que sugeriu que o partido faça um programa mais amplo que o apresentado até agora, que trataria apenas das questões econômicas. No Rio, Lessa disse que o programa que apresentou, preparado por uma equipe da qual foi coordenador tem como foco principal o ataque ao desemprego. Se não houver concordância, faço um relatório e rasgo a minha ficha do PMDB, disse segundo a Folha de S. Paulo.
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