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Fatos - Sexta-feira, 13 de agosto de 2004
A lista de Fatos reúne acontecimentos relevantes e é um ponto de partida para a Oficina de Informações. O bom jornalismo, que não dispensa um ponto de vista, deve, no entanto, partir dos fatos, tais como eles são, independentemente de nossos desejos e intenções.

Os levantamentos publicados pela Folha de S. Paulo segundo os quais o lucro líquido do Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander Banespa foi de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre de 2004

A SAÚDE DOS GRANDÕES BRASILEIROS
Os quatro maiores bancos do país tiveram no primeiro semestre lucro líquido de R$ 4,5 bilhões, 11,4% superior ao do mesmo período de 2003, conforme levantamento da ABM Consulting feito a pedido da Folha. A rentabilidade média anualizada sofreu pequeno recuo: de 23,6% sobre o patrimônio líquido, em junho do ano passado, para 22,9% neste ano. O jornal informa que outro levantamento feito nos balanços semestrais de 14 bancos brasileiros, pela Engenheiros Financeiros e Consultores (EFC), mostra que a rentabilidade média do setor foi de 22,1%, superando a registrada no primeiro semestre de 2003 (de 21,8%).

As receitas dos quatro maiores bancos cresceram 38,2% no primeiro semestre, totalizando R$ 41,1 bilhões. "Tanto as operações com títulos públicos como as operações de crédito cresceram no primeiro semestre", disse à Folha Gustavo Pedreira, analista da ABM Consulting. Segundo ele, mesmo com a queda da taxa básica de juros (Selic) do Banco Central (de cerca de 10% de meados de 2003 até meados de 2004), os grandes bancos expandiram em 20% suas receitas com títulos e valores mobiliários no período. Para isso, tiveram que operar mais com papéis do governo, ganhando no volume: a carteira de títulos aumentou 22,4% no período. "As operações com títulos públicos ainda são muito rentáveis, pois a taxa de juro real do país ainda é a segunda maior do mundo – só perde para a da Turquia", disse Gustavo Pedreira.

O jornal afirma que o aquecimento da economia também permitiu aos grandes bancos pôr em prática uma estratégia voltada para a expansão das operações de crédito. O foco foram os segmentos nos quais a rentabilidade é maior – como empréstimos às pessoas físicas e pequenas e médias empresas –, o que ajudou a encorpar os resultados. Por conta do aumento da competição na área de crédito o spread bancário caiu. Segundo a ABM Consulting, a taxa média de spread dos quatro grandes bancos recuou de 71% no primeiro semestre do ano passado para 49% em junho deste ano. (spread é a diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos no mercado e o que cobram nos empréstimos).

Os grandes bancos também se beneficiaram do aumento de receitas de serviços (tarifas): em junho de 2003 elas totalizavam R$ 6,3 bilhões e, neste ano, chegaram a R$ 7,6 bilhões.
  • O contrário com a CEF – O lucro da Caixa Econômica Federal (CEF) teve queda de 27,4% no primeiro semestre deste ano. Entre janeiro e junho, a CEF acumulou ganhos de R$ 624 milhões, contra R$ 860 milhões em igual período de 2003. A principal causa do recuo no lucro foi a queda no chamado resultado de intermediação financeira (dinheiro obtido pelo banco com empréstimos e com a negociação de títulos públicos).

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