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Arquivo - Segunda-feira, 25 de abril de 2005 |
A morte de João Paulo 2º
VATICANO: PATRIMÔNIO DE BILHÕES E ESCÂNDALO FINANCEIRO |
O Vaticano é o menor Estado soberano do mundo, com 44.000 m², o equivalente a quatro quarteirões. Sua população é de 921 habitantes, na maioria italianos e suíços. Apesar das dimensões, o patrimônio desse mini-Estado foi avaliado em US$ 5 bilhões pelo especialista inglês John Pollard, da Universidade de Cambridge, Inglaterra, de acordo com artigo publicado recentemente na Folha de S. Paulo. Nesse total não estão incluídos os tesouros artísticos no Museu do Vaticano, que não podem ser vendidos, nem os edifícios monumentais que não podem ser alugados.
Mas, de acordo com o artigo, nos últimos três anos, a Santa Sé, a administração central da Igreja Católica Romana, tem fechado seu balanço no vermelho. Em 2003, o orçamento era de US$ 251,7 milhões e o déficit foi de US$ 11,8 milhões. Já a Cidade-Estado do Vaticano, que tem as finanças separadas da Santa Sé e da Igreja, teve déficit de US$ 10,9 milhões de dólares, num orçamento de US$ 190 milhões de dólares.
A receita da Santa Sé vem de doações internacionais, principalmente italianas, e dos rendimentos de investimentos calculados em US$ 1 bilhão, que têm origem numa indenização paga em 1929, pelo governo da Itália, pela nacionalização dos Estados Papais em 1870.
Já as receitas do Vaticano vêm dos mais de 3 milhões de turistas que visitam anualmente o Museu do Vaticano e que compram, nas lojas duty free da Cidade-Estado, de lembranças da Igreja, vidros de perfume, relógios e roupas de grife. Também são vendidos selos postais, em euros.
Nos últimos oito anos, antes dos três anos sucessivos de déficits, a Santa Sé e o Vaticano deram lucros em cinco anos consecutivos. As oscilações acompanham as fases de euforia e depressão dos mercados financeiros mundiais. Um fato importante a assinalar é a crescente dependência da Santa Sé em relação aos EUA. Atualmente, 30% das doações à Igreja provêm dos EUA. Também vêm de lá 50% das doações para obras de caridade.
Há ainda o Banco do Vaticano, cujo nome oficial é Instituto para as Obras da Religião, sobre o qual não há dados númericos desde 1994, quando seus ativos somavam US$ 4 bilhões. Por causa de sua política de segredo, esse banco já foi acusado de ajudar milionários italianos a sonegarem impostos e políticos a financiarem ilicitamente suas campanhas. O Banco do Vaticano esteve envolvido no grande escândalo da falência do Banco Ambrosiano, em 1982, o qual usou garantias do Vaticano em operações fraudulentas. Seu dirigente, Roberto Calvi, foi assassinado em Londres logo depois da falência, pela Máfia, segundo a Polícia italiana.
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